FTIGESP PÕE FIM NO PARCELAMENTO DO REAJUSTE, RECOMPÕE SALÁRIOS, CONQUISTA GANHO REAL E AVANÇA EM DIREITOS PARA TODOS GRÁFICOS

*Por Leandro Rodrigues

A inflação anual no Brasil caiu mais do que pela metade se comparado com o mesmo período do ano anterior. E isso tem impactado menos na renda dos trabalhadores. Em setembro do ano passado, por exemplo, a inflação acumulada nos 12 meses anteriores reduziu o poder de compra dos gráficos em 8,83%. Essa queda agora é só de 4,06%, ou seja, já é menos da metade. Mas ainda impacta a categoria. Assim, ao invés de só reclamar ou por a culpa nos outros, a Federação Estadual da classe (Ftigesp) liderou o movimento dos STIGs pela recuperação da massa salarial. E fez mais do que isso. Repôs a perda salarial do período e acaba de conquistar até reajuste com ganho real. Em negociação extra com o patronal na última sexta-feira (15), uma a mais das três rodadas programadas, a entidade sindical conseguiu um aumento de 4,5% e já valendo para o salário de setembro, e avanços em direitos. Seja forte, seja sócio. Sindicalize-se!

Os ganhos dessa campanha salarial vão além da volta do reajuste salarial acima da inflação anual. “A reunificação sólida entre os STIGs em torno da Ftigesp deu condições para negociação melhor com o patronal. Essa força, por exemplo, pôs fim ao parcelamento do reajuste, o que vinha ocorrendo em todos os anos dos governos Temer e Bolsonaro. Voltou a ser de uma única vez a recuperação das perdas inflacionárias, sendo integral. E, melhor, ficou acima da inflação, em 4,5%, já válido para a folha salarial de setembro.

O gráfico também terá reajuste na PLR. Não tem mais essa de congelamento do seu valor. E ficarão maiores as quatro faixas existentes da PLR, definidas de acordo com o número de trabalhadoras na empresa. A faixa 1 é voltada até 19 funcionários. De 20 a 49 gráficos, faixa 2. De 50 a 99, faixa 3. A faixa 4 é paga por empresas a partir de 100 gráficos. Os valores deverão ter um acréscimo de 4% e pagos de forma parcelada, sendo 50% do valor na folha de março de 2024 e os outros 50% na de setembro/2024.

Houve avanço também no direito à cesta básica. As empresas passam a ter uma data limite para garanti-la aos gráficos. O dia 10 de cada mês é o prazo final. Isso serve também para o vale-alimentação, o qual deve ter o valor suficiente para se comprar todos os itens da cesta básica nos supermercados na região onde fica a gráfica em que o empregado trabalha. Outra conquista é voltada para a mulher gráfica que tem filhos de menor. Passam a poder levar ao médico filhos de até 15 anos, com a liberação do trabalho e sem o desconto. Antes, era só até 12 anos.

A campanha salarial termina, mas a luta sindical dos gráficos em prol do salário, direitos e condições laborais continua. Sempre queremos mais de modo que a justiça social através do trabalho possa se tornar uma realidade para a categoria. Saímos dos tempos das trevas, onde se lutava no máximo pela manutenção dos direitos e reajustes parcelados e entramos numa nova era, onde voltamos a discutir reajuste acima da inflação e avanços nos direitos.

Assim, o resultado da campanha salarial dos gráficos no estado de São Paulo foi positivo porque volta a trazer conquistas e não teve perda em nenhum sentido. E com uma maior unidade e participação dos gráficos nas próximas lutas, o resultado será ainda mais superior. Seja forte, seja sócio. Sindicalize-se!

Leandro Rodrigues é o vice-presidente da Conatig, presidente da Ftigesp e o presidente do Sindigráficos de Cajamar, Jundiaí, Vinhedo e Região em SP