REAÇÃO DOS GRÁFICOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO AO ATAQUE DOS PATRÕES. CRESCE REVOLTA POR DIREITOS E SALÁRIO
A reação dos empregados de várias gráficas de Jundiaí e Região iniciou logo depois que acabou a 1ª mesa de negociação da campanha salarial na quarta-feira (26). Desde então, a revolta só cresce diante do ataque da bancada patronal contra vários direitos e o salário dos trabalhadores. O Sindicato da classe (Sindigráficos) já promoveu diversas assembleias. Até hoje (7), se somadas todas já realizadas, o alerta foi dado na frente de diversas empresas, que, juntas, reúnem cerca de 3 mil empregados. Panfletagens e conversas também foram realizadas noutras empresas. A reprovação foi geral quando descobriram que os seus patrões querem tirar PLR, acabar o aviso prévio especial, trocar hora-extra por banco de hora, pagar o salário no 5º dia útil ao invés do dia 5, bem como rebaixar o salário. A inflação anual ficará perto de 8,5%, mas só querem dar 6% e dividido (3% em nov./16 e 3% em maio/17). A revolta dos gráficos cresce. Avança também os caminhos para um movimento paredista em caso de insistência do ataque patronal, como foi visto nas assembleias em frente da Log&Print, Gonçalves, Jandaia, Nova Página, Oceano, Inapel e Cunha Facchini. A 2º mesa de negociação ocorrerá amanhã (8).
A pressão dos trabalhadores já surtiu o primeiro efeito. Os empresários retiraram o ataque à data-base da categoria, que historicamente é em 1º de novembro – período de referência para o reajuste salarial e melhoria dos direitos na Convenção Coletiva de Trabalho. Esta data foi rejeitada pelos patrões durante a 1ª rodada negocial, ameaçando estas questões. Porém, diante da reação dos funcionários e sindicalistas, voltaram atrás. “Esperamos bom senso também em relação à manutenção dos direitos, a exemplo da PLR, hora-extra e os outros, assim como seja garantida a recuperação salarial da classe”, exige Leandro Rodrigues, presidente do Sindigráficos. O dirigente, porém, não descarta endurecer ainda mais, através da tomada de ações paredistas contra a pauta bomba patronal.
Os trabalhadores já rejeitaram tal pauta onde ocorreram as assembleias. O próximo passo é endurecer, caso não haja a sensibilidade patronal. A pauta de reivindicação dos trabalhadores não apresentou nada novo: só a manutenção de tudo que existe, bem como a recomposição do poder de compra dos gráficos diante da inflação e mais 1,17% perdido devido o parcelamento do reajuste salarial na campanha do ano passado. Os empregados também querem o mesmo reajuste sobre o valor da PLR, a qual ficou congelada e acumulou perdas para a classe trabalhadora. “Os patrões, por sua vez, querem acabar com a PLR e implantar banco de horas. É um grande absurdo”, critica Leonardo Del Roy, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas do Estado de São Paulo.
O Sindigráficos adianta que, até hoje, as assembleias foram feitas entre turnos, sem atrapalhar a produção das empresas, mas pode mudar este horário das ações em caso da manutenção da pauta bomba patronal. A entidade também não descarta fazer atividades de cunho paredista. ” Os patrões precisam fazer sua parte: recuperar salário e manter os direitos na 2ª mesa de negociação amanhã (8). É notório que os trabalhadores não querem mais acumular prejuízos”, alerta Rodrigues, lembrando que não é à toa que o slogan da campanha salarial 2016 é que ‘Só haverá vitória, se cada gráfico fizer a sua parte’. E a categoria está firme na luta!