SINDICATOS E TRABALHADORES REAGIRÃO NAS GRÁFICAS DO ESTADO CONTRA PATRÕES QUE USAM A ‘CRISE’ PARA TIRAR DIREITOS E BAIXAR SALÁRIOS
Um dos mais revoltados era o presidente do STIG Guarulhos, Francisco Wirton. O dirigente disse que o trabalhador não é palhaço e já começou a planejar assembleias simultâneas, pelo menos em 10 gráficas da sua região, na próxima semana. Ele criticou o discurso patronal da crise. “É um pano de fuga para tentar reduzir e retirar conquistas dos gráficos. A Editora FTD, por exemplo, roda de domingo a domingo”. O presidente do STIG São Paulo, Augusto Adriano, também muito chateado com a postura dos empresários, adiantou que se organizará para rebater firme tal situação junto aos trabalhadores da sua base de representação.
Os representantes dos STIGs Taubaté e Jundiaí já anunciaram que vão começar as assembleias já nesta semana. “Faremos várias assembleias e se os trabalhadores toparem pararemos algumas gráficas”, adiantou Sandro Ramos, sindicalista de Taubaté. Ele estava muito revoltado com a proposta de reajuste abaixo da inflação e ainda de forma parcelada. O presidente do STIG Bauru, Amilton Kauffman, lembrou que o trabalhador não é a ‘Casa Bahia’ em alusão a condição de receber parceladamente. “Mostraremos força junto aos trabalhadores nas empresa para combater tal barbaridade”, sentenciaram Kauffman, Ramos e Leandro Rodrigues, que é o presidente do STIG Jundiaí.
Além do problema salarial, os patrões não respeitam nem os direitos já conquistados com lutas no passado. Diante da ofensiva empresarial, o dirigente do STIG Barueri/Osasco, Ivan Cardoso, foi enfático e defendeu que haja paralisação geral nas gráficas onde os proprietários participam da mesa de negociação com a FTIGESP junto à comissão de STIGs.
“O sindicato patronal quer retirar nosso direitos históricos na canetada, mas isso não vai acontecer, porque vamos mobilizar os trabalhadores”, ressaltou o atual dirigente do STIG Sorocaba, Everaldo Nascimento. A revolta entre os sindicalistas é tamanha diante da agressiva proposta patronal que o futuro sindicalista de Sorocaba, vencedor das recentes eleições ao comando da entidade, já entrou de cabeça na campanha salarial e adiantou que atuará firme nas articulações e mobilizações para a realização das atividades sindicais nas empresas da região. Ele deu um recado para que todos os trabalhadores busquem se conscientizar e entrem com tudo nesta luta para buscar reverter a tentativa de redução salarial e retirada de direitos histórico da Convenção Coletiva da classe.
Para Leonardo Del Roy, presidente da FTIGESP, ficou claro que os patrões não estão de brincadeira e estão dispostos a transferir toda a conta da crise para nossa categoria. Eles mostraram a desvalorização que praticam em seus empregados, não considerando a parcela mais importante do processo produtivo, que são os trabalhadores. Assim, o dirigente alertou a toda a categoria em todo o Estado que só há dois caminhos: ou aceita a desvalorização patronal com a retirada de direitos e redução de salário, ou os trabalhadores se unem e se mobilizam em defesa de sua autovalorização para reverter tal situação posto pelos empresários.
A autovalorização da categoria passará por assembleias e paralisações, se necessário for, em várias empresas gráficas em todo o Estado. Essa foi a decisão da FTIGESP e de todos os sindicatos envolvidos na ação. Já foi definido um calendário de luta nas empresas de abrangência de todos os sindicatos que estiveram na negociação com os empresários. O nome das gráficas não serão adiantadas para evitar contrarreação dos patrões sobre os empregados antes da atividade, mas elas já vão começar a partir desta quarta e intensificadas na próxima semana. “O lema de nossa campanha salarial é ‘Lutar para avançar sim, retroceder nas conquistas jamais’. E os patrões entenderão o que isso quer dizer”.
FONTE: FTIGESP