TRABALHADORES GRÁFICOS DOS JORNAIS DE INTERIOR DO ESTADO REJEITAM GOLPE AOS SEUS DIREITOS E SALÁRIOS

Além disso, o sindicato patronal optou este ano, sem explicar as razões, não reunir-se presencialmente para tratar da pauta de reivindicação dos trabalhadores com a Federação paulista da classe (Ftigesp) e todos os sindicatos da categoria (STIGs) envolvidos nesta campanha salarial. Um dos STIGs, por exemplo é o da Baixada Santista, que cansou de tolerar a postura intransigente do patronal. O STIG Santos inclusive realizou uma assembleia há poucos dias com todos os gráficos do A Tribuna, que é um dos principais e mais sólidos jornais do interior na atualidade. Os trabalhadores rechaçaram a pauta de retrocesso patronal e exigiram o reajuste salarial de 3%. A pertinente inflação anual do período foi 1,62%.
Na assembleia, que o STIG aproveitou ainda para lançar a Campanha Novembro Azul da entidade, para a conscientização dos trabalhadores sobre o risco do câncer de próstata, foi tomada a decisão da classe de levar para a direção do A Tribuna o descontentamento dos funcionários gráficos com o atual descaso e ataque da direção do sindicato patronal.
A postura dos gráficos do jornal A Tribuna de Santos fortalece a luta da categoria em todos os jornais do interior, muitos deles inclusive atrasa o salário dos trabalhadores. “A decisão da assembleia está em sintonia com a contraproposta da Ftigesp, que coordena essa negociação dos STIGs com o sindicato patronal”, conta Jorge Caetano, presidente do STIG Santos e vice-presidente da Ftigesp. A federação enviou para o patronal uma nova pauta onde até aceita reduzir a pleito de reajuste dos salários de 4% para 3%, mas rejeita toda retirada e redução de direitos.
Dentre os direitos convencionados ora ainda atacados pelo patronal, já que ainda não respondeu a pauta da Ftigesp, está o aviso prévio de 45 dias para o gráfico, 15 dias a mais que as demais classes profissionais. “A convenção garante esse direito para quem tem a partir de cinco anos de serviço no jornal, ou, independente do tempo, que já tenha 45 anos de idade. O patrão também quer reduzir a multa por atraso salarial. Hoje é de 1/60 do piso salarial, mas querem baixar para 1/90. Exigem ainda, dentre os golpes, que a multa só seja aplicada a partir do 20º dia de atraso”, conta Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp, rejeitando tal absurdo.