Nesta quarta-feira (13), o Sindigráficos e demais STIGs paulistas, representados pela Federação Estadual da categoria (Ftigesp), podem avançar na campanha salarial em favor de dezenas de milhares de trabalhadores das gráficas no Estado de São Paulo. Várias questões importantes inclusive já foram definidas nas duas rodadas de negociação com o patronal no mês passado: o fim do reajuste parcelado como vinha sendo aplicado durante os governos Temer e Bolsonaro, bem como estão garantidos todos os 86 direitos acima da CLT, a exemplo da PLR, cesta básica e muito mais. Ainda pode haver melhorias em certos direitos. E há grande expectativa de que o salário e os direitos econômicos voltem a ter ganho real com um reajuste acima das perdas salariais acumuladas nos últimos 12 meses. A inflação anual (de setembro/2022 a agosto/2023) é de 4,06%. Portanto, a reivindicação é de que seja de pelo menos 2% superior à inflação anual.

Tudo dependerá do resultado da terceira rodada de negociação com o patronal na tarde de hoje. Antes, porém, em nome dos gráficos, a Comissão de Negociação da Ftigesp, formada pelos presidentes de vários STIGs, sob a liderança de Leandro Rodrigues (do Sindigráficos), reúne-se para acertar os últimos detalhes. “Essa campanha já se destaca pela retomada da reunificação dos STIGs em torno da Ftigesp, o que vem trazendo resultados positivos. Time que ganha não se mexe. Portanto, essa unidade será mantida na mesa diante dos patrões”, diz Leandro.

A luta principal é pela valorização dos trabalhadores. E isso passa pela melhor remuneração e seus direitos. A volta do reajuste com ganho real para os gráficos é possível. Poderia ser até maior do que esses 2% acima da inflação, com base no positivo cenário político-econômico do Brasil, com um PIB cada vez maior, inflação menor e elevação da produção pelas gráficas. Eis a justificativa do ganho real também ser aplicado na PLR e nos outros direitos econômicos da Convenção Coletiva de Trabalho. A data-base dos gráficos foi no início do mês. Assim, se tudo der certo, o salário já virá com um bom aumento para a categoria de forma imediata.

Os sindicatos, também, não abrem mão da luta pelo vale-alimentação de R$ 200 nas gráficas que não distribuem através do direito convencionado à cesta básica. Também mantêm a defesa da melhoria em direitos das mulheres trabalhadoras. Que o auxílio-creche seja garantido para as mães de crianças de até 4 anos; hoje é só até 3 anos. E que mães com filhos menores de idade possam acompanhá-los ao médico. Hoje a licença restringe até filhos de 12 anos.

A Ftigesp insiste que alguns desses avanços nos direitos convencionados precisam ser considerados nesta campanha salarial. E, ainda, que as comissões paritárias sobre temas de interesses comuns (patrões e trabalhadores) precisam ser recriadas no pós-campanha. A entidade estadual defende que isso ajudará a viabilizar os debates sobre a retomada da homologação sindical da rescisão contratual, o prejuízo com o contrato temporário e outras temáticas no setor gráfico, como qualificação profissional. Seja forte, seja sócio. Sindicalize-se!